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18 de setembro de 2011

Carlos, o empresario - Reflexão















Carlos não estava se sentindo bem quando entrou no elevador pessoal que o levaria até a lateral de sua sala, não gostava de andar no elevador com seus funcionários, eis o motivo de um elevador pessoal. As portas se fecharam atrás dele e ouvindo o tilintar do elevador bem distante, desmaiou no chão de seu escritório e por lá ficou por quase uma hora.

Após de levantar do chão, Carlos se livrou de seu paletó e sentou-se em sua confortável cadeira enquanto admirava silenciosamente o céu a sua frente - senhor Carlos, senhor Carlos - a secretária entrou na sala ofegante, estava com medo de ser demitida por interromper os pensamentos do patrão. Ele se virou lentamente, com o queixo descansando em sua mão e arqueou apenas uma sobrancelha - sim, Ruth? - ela recuperou o fôlego e bateu com a caneta na agenda em sua mão - hoje é o aniversário de casamento de sua esposa, acabei de mandar alguém para comprar o presente e entregar no hotel onde ela está - ela levantou-se batendo as mãos na mesa - NÃO - Ruth assustou-se, mas manteve-se firme - mande trazer o presente pra cá, ou melhor, deixe que eu mesmo compro o presente, eu sei o que ela quer - Carlos colocou de volta seu paletó e caminhou em direção ao elevador dos funcionários, saindo pela primeira vez pela porta da frente de sua sala.


Ruth tentou acompanhar seu patrão, mas seu vestido preto justíssimo dificultava um pouco essa ação - senhor Carlos, senhor Carlos, e a empresa? - ele parou para esperar o elevador chegar, todos os funcionários estavam de pé atrás de seus balcões - PODEM SENTAR, CONTINUEM TRABALHANDO - Ruth notou que ele estava estranho, mas decidiu não comentar - senhor Carlos, a empresa - ele sorriu como não fazia a tempos - a empresa está bem, sempre esteve. Não vai ser hoje que uma bomba vai cair bem aqui, vai? - Ruth fez que não com a cabeça e entrou no elevador com Carlos juntamente com sua agenda em mãos, um telefone e sua caneta vermelha - Ruth, estava pensando... - as portas do elevador se fecharam e eram muitos os andares até o térreo. Carlos contou a sua fiel secretária sobre o que havia pensado. Sobre a vida dura que teve para chegar até onde estava e a decisão em valorizar sua vida pessoal um pouco mais. Ruth ouviu tudo com muita atenção, fazendo comentários algumas vezes e em outras, apenas murmurava algo que tinha medo de dizer em voz alta - espero que o senhor tenha certeza do que vai fazer, senhor Carlos. Sabemos sobre os funcionários que vão aproveitar sua ausência para derrubar a empresa - ele ofereceu o braço a Ruth quando o elevador finalmente parou - eu não vou desaparecer, vou apenas comprar o presente de aniversário de minha esposa, o que de tão grave pode acontecer em minha ausência, Ruth?

Fim do Primeiro Capítulo

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