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4 de outubro de 2011

Carlos, o empresario - Planos















Carlos não pensou nas consequências de matar o casal que transava em sua cama, para ele eram apenas dois seres humanos nojentos e repugnantes, como insetos que poderiam ser esmagados da mesma maneira que esmagavam seus sentimentos - vai me dizer que foi fazer compras agora? - ele estava com os olhos vermelhos, ele havia chorado e não percebeu. Jogou uma mesa de vidro no chão, chutou-a para quebrar uma das pernas e segurou o ferro como uma espada. O motorista parecia estar drogado, assim com sua mulher - Carlos, e-eu posso explicar - ele sorriu maliciosamente, o que ela explicaria depois do que havia visto - eu não sou cego, não precisa explicar NA-DA - o casal se enrolou entre os lençóis e se encostaram na parede, ela estava sorrindo e seu amante tremia. Carlos jogou o ferro em direção a eles e acertou apenas o ombro do motorista, grudando-o na parede. Ele gritou de dor e tentou se livrar do ferro, mas não estava com forças para isso. Diana correu porta afora e Carlos a acompanhou a passos largos, ela havia fugido nua. Ruth viu Diana passar por ela, mas não fez nada, deixou-a ir. Correu até o topo da escada onde Carlos estava dobrado sobre seus joelhos chorando e o acolheu nos braços. Um choro sofrido acompanhado de soluços e lágrimas.

Diana não se preocupou muito com a confusão que havia armado, sabia que mais cedo ou mais tarde aquilo aconteceria e no fundo sentia prazer por ver seu querido marido sofrendo. Correu até um telefone público próximo a uma lanchonete e pediu por ajuda, em alguns minutos uma limusine preta a pegou - ah Fabio, não sei o que seria de mim sem você - Fabio era um dos administradores da empresa e sentia uma leve atração por Diana, mas tinha medo de ser rejeitado - como ele está? - ela torceu os lábios enquanto se vestia olhando para as costas de Fabio que permanecia com o rosto virado para a janela fechada - só tive tempo de ver ele jogar o braço de uma mesa no meu motorista... Não vi mais nada, corri que nem uma louca. Fiquei com medo dele querer me acertar também. Nunca se sabe - Diana estava linda com um vestido vinho que deixava suas pernas a mostra, colocou um óculos escuro, beijou a testa de Fabio e desceu do carro - não sei o que vai acontecer com a empresa agora, mas tenho meus soldados. Tudo o que acontecer naquela bosta eu quero saber, entendeu? - ele concordou sem dizer uma palavra, já estava a obedecendo a algum tempo e não admitia estar apaixonado por ela - agora eu vou descansar um pouco, até mais Fabio - ele fechou a porta e voltou para a empresa, ia ser uma grande briga entre casais, dependendo do que Carlos fizesse.


Dois enfermeiros carregando uma maca passaram pela porta da sala em direção a ambulância que os esperava do lado de fora, um policial tomava nota do que havia acontecido, mas não prenderia Carlos - muito bem, a senhora me disse que ele chegou em casa e viu sua mulher na cama com outro homem  - ele rabiscou algumas coisas e voltou a encarar Ruth - e esse mesmo homem foi quem fez toda aquela bagunça no quarto certo!? Parece que alguém vai ter que me acompanhar minha senhora, não vejo razão para deixar o agressor livre - ela deslizou os dedos entre os cabelos, jogando-os para trás - me desculpe policial, mas ambos sabemos quem esse homem é. Tenho certeza de que não quer levá-lo. Vamos evitar um escândalo, certo? - ele sorriu olhando para Carlos sentado no sofá com o rosto enterrado nas mãos - tudo bem, mas se o Ricardão ali prestar queixa a conversa será outra - Ruth estava atenta aos policiais pela casa, mas só precisava se livrar do que estava interrogando-a - como quiser... Fique com o meu cartão, antes de virar um escândalo me ligue por favor, prometo lhe recompensar se o fizer - ele pegou o cartão e aproximou do nariz, sentindo o leve perfume e se afastou sorrindo abobado.

Em alguns minutos todos os policiais haviam saído da casa e Ruth pode tentar se aproximar de Carlos em busca de alguma reação - senhor Carlos, quer que eu chame alguém para ajudar o senhor? - ele levantou o rosto molhado com os olhos avermelhados - eu quero a cabeça daquela vadia - Ruth assustou-se com a expressão se alterando no rosto de Carlos, deu um pequeno passo para trás enquanto ele pegava o telefone e aguardava alguém lhe atender - Pacheco, acabei de encontrar a Diana na cama com outro. O que eu faço meu amigo? - ele ouviu com atenção as instruções do seu advogado e amigo Jorge Pacheco - suas coisas estão todas aqui em casa, ela não vai pegar nada se depender de mim - Carlos estava andando pela casa enquanto falava e sorria ao ouvir os estragos que o advogado poderia causar a Diana diante do juri - é isso então, adiante tudo que puder. Até - desligou e correu até Ruth - Ruth, vá até a empresa e fique com meu cargo até eu voltar - ela fez uma careta e não aceitou - sua mulher vai aparecer lá... Não vai ser legal, ela ainda tem algumas ações daquela empresa, o senhor sabe muito bem - e tinha mesmo, mas Ruth acabou indo com uma ordem escrita a próprio punho por Carlos.

Do outro lado da cidade Diana chupava Jorge, o advogado de Carlos, em busca de informações sobre o divórcio - se ele quer me deixar pobre, eu vou deixar ele sem aquela maldita empresa do papai - ele segurava firmemente nos braços da poltrona de seu escritório - tenho ce-certeza de que ele vai concordar em lhe dar uma pensão - ela voltou a levantar a cabeça, segurando seu membro com uma das mãos, a conversa já não era apenas profissional - eu quero aquela empresa pra mim Jorge... E chega de negócios por hoje - ele sorriu deixando a cabeça cair para trás com os olhos fechados.


Fim do Terceiro Capítulo

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