Em seu micro computador Samantha acompanha as notícias sobre a morte de Patrick Judd, 27 anos, solteiro, jovem e morto inocentemente, como diziam os noticiários - mãe, foi confirmado, o corpo encontrado é do Patrick Judd mesmo. Que horror - Sarah comprimiu os olhos e se aproximou do computador para poder ver alguma coisa - estava no lugar errado e na hora errada, coitado - Samantha revirou os olhos, mas não disse nada, apenas assistia a reportagem interessada em qualquer detalhe que ela havia deixado para trás enquanto fugiu do local desesperada.
(...)
Filha, vamos na casa dos Judds prestar solidariedade? - Samantha balançou a cabeça de um lado para o outro com o semblante caído - tudo bem, eu volto logo, tranque as portas querida - Sarah retirou-se com uma bolsa sob o braço, estava com medo, mas não deixaria de prestar solidariedade a uma família vizinha que conhecia a tanto tempo.
A garota de cabelos loiros e olhos mel não estava nenhum pouco emocionada com tudo que estava acontecendo, ela estava sentada no sofá da sala com a televisão ligada, aos poucos o som daquela estúpida animação de fim de tarde desaparecia e a cena se repetia em sua mente...
"Eu já disse, não quero que você fique me espionando por ai ou eu conto... - ele gargalhou - Vai contar pra quem? Pra sua mãe? Você sabe que não pode contar o que fizemos, vai ser ruim pra você e você sabe disso - ela estava com os olhos vermelhos, em sua mão direita uma luva de borracha que ele não tinha percebido - eu te amo Samantha, quero você do meu lado para sempre - ela amarrou os cabelos em um rápido rabo de cavalo - você só quer ficar comigo depois de... - ela sentiu sua garganta presa, estava prestes a chorar - depois de transarmos! Diga em voz alta Sam, o mundo já pode saber, ninguém se importa - ele abriu os braços enquanto olhava para as nuvens, sentia-se leve e achava que aquilo era amor - mas eu não queria, você abusou de mim, me usou e tudo por uma vontade estúpida de se satisfazer Patrick - ela estava chorando, Patrick não notou - eu já me desculpei com você, eu te amo Sam, eu já te pedi perdão, não sei o que faço para você me perdoar - ele tentou se aproximar, ela deu um grande passo para trás - você é um idiota, sujo, covarde e eu fui apenas um objeto para você, você não sabe o que é o amor seu imundo, eu era apenas uma garota de dezesseis anos e você tirou o que eu estava guardando para alguém que me amasse de verdade - ele puxou seus próprios cabelos, nervoso, confuso - Patrick, você não vai fazer isso com mais ninguém... - o dardo foi inserido em sua barriga, sua ponta era maior do que o normal, feito por encomenda, logo após o garoto se ajoelhar de dor próximo ao banco, Samantha o fez ficar de pé - por... - ele sabia o motivo, mas não acreditava em vingança feminina - você sabe muito bem o motivo - ela retirou o objeto de dentro de Patrick e cortou sua garganta com o mesmo, sua luva estava cheia de sangue. Nojo. Samantha se preocupou com cada detalhe e após cortar sua garganta para impedi-lo falar algo em seus últimos minutos, cravou a ponta do dardo em sua têmpora esquerda - espero que você vá para o inferno."
Samantha sentia uma sensação prazerosa dentro de si, sentia que havia gostado de ter feito isso e sorria como se tivesse feito algo bom com seu dom em ser minuciosa - Samantha Stone, assassina de estupradores - ela estava de pé em cima do sofá - vamos ver se o mundo está pronto para mim - desceu de onde estava e caminhou até a cozinha, a escuridão que ela via através da janela não lhe incomodava, ela sentia-se aliviada pois sabia que Patrick não iria lhe perseguir com seu carro enquanto ela ia à escola, ela não o veria novamente em um ensaio com seu grupo de dança, tudo estava perfeito, mas ela não podia desfazer o que ele havia feito com ela, aquela sensação ela nunca iria esquecer - mas agora eu sei como amenizar.
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